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Queen of the Road discute a participação das mulheres no setor de transportes

Segunda edição do evento reuniu líderes de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela e Suécia para trocar experiências e reafirmar o importante papel das mulheres na liderança de grandes empresas


Um dia inteiro de atividades, com a participação de lideranças de várias áreas do transporte rodoviário e com direito a test-drive em caminhões de última geração. Poderia ter sido um evento como tantos outros, se não fosse um detalhe: a presença exclusiva de mulheres. Essa foi a proposta do Queen of the Road (Rainha da Estrada, em tradução livre), realizado no dia 1º de fevereiro na fábrica da Scania, em São Bernardo do Campo (SP).

Mais de 30 empresárias, gerentes de frotas, diretoras de empresas de transporte de cargas e passageiros estavam presentes. Executivas que lideram grandes times nas cadeias de “supply chain” e nas linhas de produção compartilharam seus conhecimentos e experiências. Líderes de outros segmentos, jornalistas e uma especialista em psicanálise completaram o time.

Presença especial no evento, Camilla Dewoon veio da Suécia para participar do encontro que reuniu lideranças de oito países, a maioria da América Latina. Ela é a vice-presidente sênior de suporte e desenvolvimento de vendas da Scania Commercial Operations, cargo mais alto ocupado por uma mulher na companhia.

No Brasil, Camilla atuou por três anos como vice-presidente de vendas e marketing para a América Latina. Ela destacou a contribuição das mulheres neste segmento tradicionalmente masculino. “A diversidade é sempre positiva dentro de qualquer indústria. E dentro da Scania, essas mulheres têm realmente outra percepção das coisas.”

Visita à fábrica e test-drive

As profissionais que vivem o dia a dia do transporte conheceram todos os passos da fabricação dos caminhões. A visita foi orientada por duas “queens”: Juliana Sá, vice-presidente de comunicação da Scania Americas e Monserrat Granero, chefe da fábrica de motores da Scania Latin America. Num giro descontraído, elas apresentaram toda a tecnologia empregada nos componentes, do chassi à cabine. “É um dia especial para elas, que saem daqui com alguma ideia nova, algo diferente para o seu trabalho, para a sua empresa”, diz Juliana, que é a idealizadora do Queen of the Road.

No test-drive, a euforia tomou conta das participantes. Algumas ficaram acanhadas no começo, com receio de não saber operar as máquinas. A maioria, no entanto, encarou a boleia e com o apoio dos master-drivers, vivenciou essa experiência única que é dirigir um caminhão.

Embarquei num modelo R-440 na companhia de Alexandra Danderino, analista de finanças e contabilidade da Scania na Colômbia. Ela elogiou o conforto, a tecnologia e disse que se sentiu numa nave. “Nunca tinha dirigido um caminhão. Sempre fico somente no escritório. É uma experiência incrível.”

Diretora de transporte da Amafil Alimentos, de Cianorte (PR), Lediane Auzenir da Silva era uma das poucas mulheres com experiência ao volante de um cargueiro. Além de comandar uma frota de 100 caminhões, ela também transporta mercadorias, a bordo de um bitrem. Lediane aprovou os caminhões e disse que a experiência de compartilhar conhecimentos e ideias com outras mulheres do transporte é muito enriquecedora.

Intercâmbio de experiências

A tarde foi dedicada às mesas-redondas, onde as convidadas tiveram a oportunidade de falar de seus trabalhos e dos desafios encontrados na liderança feminina. Nesse espaço, o tema não foi exclusivo sobre transporte e caminhões. Angela Pinhati, diretora industrial e de suprimentos da Natura, comandou um dos debates e falou de sua experiência. “As mulheres trazem outras habilidades para a liderança das empresas e também a determinados setores. Acho que elas podem trazer esse olhar diferenciado de cuidado no serviço.”

Nesses quase 20 anos acompanhando a evolução do transporte rodoviário de cargas, foi muito interessante participar de um encontro como esse, de valorização das mulheres. Elas ainda ocupam poucos espaços nas empresas e sua contribuição nem sempre é reconhecida. Aos poucos, esse panorama vem mudando e evoluindo, paralelamente ao avanço da tecnologia. Fiquei animada ao ver pelo menos uma mulher atuando na linha de montagem, em cada uma das etapas de fabricação dos caminhões Scania.

E nesse encontro de lideranças, conheci mulheres competentes, com histórias muito diferentes, todas inspiradoras. Profissionais que apontam novos rumos e abrem caminho para outras mulheres, que sonham com o competitivo mercado do transporte rodoviário. “A gente precisa incentivar mais e mais meninas e mulheres a atuar nas fábricas e nas empresas de transporte”, diz Monserrat Granero, a chefe da fábrica de motores.

Fonte: Portal das Estradas
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