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BR-364 em Rondônia apresenta os piores índices de sinalização


Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) avaliou este ano as condições de 105.814 quilômetros das rodovias em todo o Brasil, analisando toda a extensão pavimentada das rodovias federais e estaduais do País. Com o intuito de levantar dados e difundir análises técnicas do estado das rodovias, este ano a pesquisa constatou uma queda na qualidade do estado geral das estradas, classificando 61,8% como regular, ruim ou péssima, enquanto que em 2016 este índice era de 58,2%.
O estudo apontou, ainda, que a sinalização foi a parcela que mais se deteriorou, mostrando um aumento significativo em comparação aos números registrados no ano passado. A sinalização considerada ótima ou boa caiu para 40,8%, diante dos 48,3% do ano passado.
Em Rondônia a pesquisa avaliou 1.849 quilômetros de extensão, identificando graves problemas de infraestrutura. Em pontos críticos foram encontradas erosões, problemas na sinalização, onde as placas estão desgastadas, ilegíveis ou cobertas pelo mato. A pesquisa apreseta uma média de 50,2% dos 927 quilômetros avaliados das rodovias com classificação ótima ou boa, já dos 922 quilômetros avaliados 49,08 apresentam algum tipo de deficiência no estado geral, classificados como regular, ruim ou péssimo.
BR é considerada corredor da morte
Dos 1.849 quilômetros avaliados, 1.092 foram na BR-364, que apresentam irregularidades no seu estado geral, sinalização e geometria, obtendo resultado bom apenas na pavimentação. Responsável por conduzir grande frota de caminhões de grande porte que são responsáveis pelo escoamento de alimentos, a rodovia federal faz parte do corredor logístico da soja e recebe diariamente cerca de 2.386 veículos, que disputam vaga com carros de menor porte, contando com as péssimas condições de trafegabilidade, o que contribui para os altos índices de acidentes.
Motoristas que conduzem seus veículos pela BR-364 precisam ter atenção redobrada. Antônio Klippel, que há 20 anos conduz um caminhão de combustível, avaliou as condições da BR-364. “Essa estrada se chama corredor da morte. No trecho de Ji-Paraná até Ariquemes não existe faixa adicional, apenas pequeno espaço permite ultrapassagens. O tráfego é muito intenso e nós, que seguimos normas, precisamos trabalhar devagar, principalmente porque existe muita imprudência por parte das pessoas que não respeitam a velocidade”, disse. Segundo Klippel, transitar nesta rodovia é um verdadeirto caos. “Ontem mesmo morreu um motorista em Ji-Paraná, em Presidente Médici morreu um motoqueiro de domingo para segunda-feira”, informou.
Em agosto deste ano o Governo Federal anunciou que será leiloado um trecho da BR-364, entre Porto Velho e Comodoro (MT), onde 800 quilômetros da rodovia será concedido ao setor privado, de acordo com o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que discute, dentro do governo de Michel Temer, as concessões e privatizações. Apontada por engenheiros como a única solução, a privatização gera opiniões divergentes entre os caminhoneiros. Para Josué Rodrigues, que transporta soja do Mato Grosso para Porto Velho e transita na BR-364 há dez anos, a privatização é uma forma de diminuir os acidentes.
Sinalização inadequada predomina
“Eu acharia bom que tivesse essa privatização, pois teríamos uma rodovia mais conservada. E com uma boa sinalização, com certeza iria diminuir o número de acidentes. Mas este é apenas um lado, pois teríamos que pagar a taxa de pedágio, além do combustível que está muito caro. Mas esta seria a melhor solução para a gente que precisa da rodovia”, disse.
O caminhoneiro Ecir Antônio também fez questão de falar sobre o estado em que se encontra a BR-364. “Falta investimento e nós somos só mais lesados. Antes existiam lombadas eletrônicas, mas foram retiradas, não tem fiscalização. Na semana passada vi dois acidentes no mesmo trecho na curva de Jaru e isso, para nós, é só sofrimento. Os locais mais perigosos, na opinião de Ecir Antônio, é a curva da morte que fica entre Ouro Preto e Jaru. “Até a Fazenda Nova Vida, o local é estreito, onde se forma uma fila gigantesca e o pessoal não tem paciência, além da sinalização que e inexistente”, conta.
Na avaliação da CNT, apenas para as ações emergenciais de restauração e reconstrução das rodovias de Rondônia, que contenham sinalização adequada, estima-se que são necessários R$ 102,55 milhões, enquanto para a manutenção dos trechos classificados como desgastados o custo estimado é de R$ 316,93 milhões.

Fonte: Diario da Amazônia
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